A autonomia médica e do paciente em um
tratamento oncológico são fundamentais para garantir que os cuidados de saúde
baseados em evidências, sejam tomados levando em consideração as necessidades e
preferências individuais do paciente e não influenciados por interesses
externos. É importante que os médicos e os pacientes trabalhem juntos para
alcançar os melhores resultados possíveis em termos de saúde e bem-estar.
A interferência de fatores externos no
tratamento oncológico, como limitações impostas pelas empresas de seguros de
saúde na escolha de medicamentos, pode acarretar em diversos prejuízos, como a
limitação do acesso aos tratamentos mais eficazes e adequados para cada caso,
podendo comprometer a eficácia do tratamento e reduzir as chances de cura ou
controle da doença.
Além disso, a limitação na escolha de
medicamentos pode comprometer a autonomia médica. Quando há restrições, o
médico pode não conseguir prescrever o tratamento mais adequado e pode ser
forçado a escolher opções menos eficazes.
Outro prejuízo pode ser a
interferência na qualidade de vida do paciente, pois alguns tratamentos podem
causar mais efeitos colaterais do que outros, e a escolha do tratamento mais
adequado pode levar em conta não apenas a eficácia do medicamento, mas também
sua tolerabilidade pelo paciente.
Existe uma discussão sobre a eficácia
dos medicamentos genéricos no tratamento oncológico, e de fato, pode haver
diferenças, embora possam variar dependendo do medicamento específico e da sua
composição.
A maioria dos medicamentos genéricos,
incluindo alguns usados no tratamento do câncer, são considerados tão eficazes
e seguros quanto os medicamentos de marca, porque eles contêm os mesmos ingredientes
ativos e foram submetidos a rigorosos testes de qualidade e segurança para
obter a aprovação regulatória.
No entanto, em alguns casos, pode
haver diferenças significativas, por exemplo, quando os medicamentos de marca
usam uma formulação específica ou uma tecnologia de liberação controlada que
não está disponível em medicamentos genéricos. Nessas situações, o médico pode
considerar que o medicamento de marca é mais adequado para o tratamento do
paciente.
Além disso, para os medicamentos
oncológicos, a forma como o medicamento é fabricado e armazenado pode afetar
sua eficácia e segurança. Portanto, é fundamental que os medicamentos sejam
produzidos, armazenados e distribuídos de acordo com padrões rigorosos de
qualidade e segurança.
É importante ressaltar que a escolha
entre um medicamento de marca ou um genérico no tratamento do câncer deve ser
feita com base em critérios clínicos e de segurança, e não apenas em questões
de custo. Lembrando que o tratamento do câncer envolve não apenas o uso de
medicamentos, mas também outras terapias, como cirurgia, radioterapia,
imunoterapia e terapias de suporte, como cuidados paliativos. O tratamento
ideal para o câncer envolve uma abordagem multidisciplinar, com a participação
de vários profissionais de saúde, como oncologistas, cirurgiões,
radioterapeutas e enfermeiros especializados, para fornecer o melhor cuidado
possível ao paciente.
Reginara Dias
Fernandes
Hematologista,
Hemoterapeuta e Diretora Técnica do Grupo Hemolabor
Nelcivone Soares de
Melo
Médico Hematologista
e Diretor Técnico do Laboratório Hemolabor